"A vida é de quem se atreve a viver".


O vídeo é uma ação entre poetas. O texto é recitado pelo autor em cima de uma música eletrônica do também poeta/arquiteto João Diniz, de Belo Horizonte.
Vídeo-poema realizado durante a quarentena será lançado hoje, quinta-feira

O vídeo-poema Exercício para engolir o Sol, do poeta Luis Turiba, todo filmado e produzido em casa durante a pandemia, será lançado nas redes sociais hoje, quinta-feira, 11/6, às 20h30, em uma live pela plataforma Zoom, pilotada pelo poeta brasiliense Jorge Amâncio.

O vídeo é uma ação entre poetas. O texto é recitado pelo autor em cima de uma música eletrônica do também poeta/arquiteto João Diniz, de Belo Horizonte.

A produção e a edição é de Luca Andrade, psicóloga e master coach executiva. Há uma participação incidental da poeta/cineasta Maria Maia, também de Brasília.

As quase 50 tomadas do sol que sustentam os cinco minutos do clipe, sempre feitas ao meio-dia deste luminoso outono carioca, é do próprio Turiba. Tudo foi filmado pelo celular.

É Luis Turiba quem explica o projeto: “Desde que assisti ao concerto verbovocovisual Poesia é risco, de Augusto de Campos em parceria com seu filho Cid Campos, no início dos anos 2000, busco um projeto como esse, onde a poesia ganha uma nova dimensão de linguagem, com música e visual ao mesmo tempo. É algo que vai além de ser letrista e compositor de canções. Neste caso, é compor poemas”.

Exercício para engolir o Sol

Luis Turiba

o SOL a SOL no sal
na cara em cara
a mais linda pura
prima joia rara
usina das mais
cósmicas energias
a quem devoro o
santo devoto o dia
antropofagicamente
SOL me sacia
com o apetite de
um iogue tropical
rendo-me a ti aos
teus ó deus das crias
rei dos sem-fins
estrela alto astral
em tua aura de ondas
lavas explosivas
aquecem matam
surtam & a tudo livra
humilde seja sente
-se silente e nua
erga teus braços
à luz rumo da rua
embaralhe ó raios
dedos em harpas
feixes de luz escapam
passa no ar efluem
é hora de abrir &
arreganhar tua sanha
língua pra fora tipo "rolling and drones"
bola de fogo a in-
vadir feitiço insone
louco tecendo teias
de raios nas veias
chamas em flor
salivas amigdalas
até o gigante acomodar
calor por entre as sílabas
na ternura da tua
profundíssima garganta
boca em alerta - árg!
– espreita a presa
o SOL penetra todo
e a ocupa inteira
mastigue-o lentamente
em seu real sentido
o fósforo o faro o
fogo fátuo em queima
sinta suas explosões
rumo ao esôfago
deixe-o rolar na goela
abaixo e bem frouxo
surfar pelos pulmões
o timo pulsa coração
até chegar ao fígado
abrasar o estômago
o astro segue em busca
do seu estrato-fônico

Veja aqui o vídeo produzido por Luis Turiba

 

E aqui você entra no Zoom para participar do lançamento virtual do poema-vídeo de Luis Turiba

 

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