"A vida é de quem se atreve a viver".


Sulamita: “A ideia do livro é não deixar que crimes desta natureza [feminicídios] se percam na memória nem se escondam entre quatro paredes do lar. Queremos chamar atenção para o imperativo de se rever os valores que sustentam os desarranjos das relações familiares, o machismo, a misoginia, a violência”. O livro retrata história verídica ocorrida nos anos 90 em Recife (PE).
Jornalista lança livro sobre feminicídio em Brasília

Lançamento do romance Em Nome da Filha, da jornalista e escritora mineira, radicada em Recife, Sulamita Esteliam, será no dia 26 de novembro, às 19h, no Tiborna Bar & Comedoria (403 Norte), em Brasília.

Em Nome da Filha (Editora Viseu) é um romance-reportagem que aborda, sem meias palavras, a violência contra a mulher. “Que estranho poder é esse que leva uma mulher a colocar a própria vida em risco para continuar ao lado de um homem que a maltrata? O que o move? Como explicar tamanha obsessão?”, provoca a autora em um dos trechos de seu livro.

Reconhecida por abordar temáticas de cunho social, somadas à vivência em sua carreira de jornalista investigativa, a escritora chega a Brasília para falar sobre a violência contra a mulher. No dia do lançamento, a também jornalista mineira, escritora e editora radicada em Brasília, Clara Arreguy, fará a apresentação.

A obra aborda os relacionamentos abusivos e o feminicídio, e leva à reflexão: É importante acolher e salvar a vida de mulheres que sofrem violência todos os dias, mas ao mesmo tempo deve-se apontar para o imperativo de se educar as crianças de modo igualitário, para que possam relacionar-se como parceiros que se respeitam, não como senhores e vassalos. "Amor não tem e não deve rimar com dor!”, afirma Sulamita.

As 196 páginas, escritas ao longo de 13 anos, retratam uma história verídica que, lamentavelmente, acontece todos os dias no Brasil e no mundo. “E na capital federal não é diferente: assiste-se ao aumento vertiginoso de casos de feminicídio, desde o ano passado, na contramão da redução dos casos de homicídios, de modo geral”, destaca a autora.

No cenário do enredo, destaca-se a região metropolitana do Recife nos anos 90. O livro resgata a história de um crime anunciado, como definido pela imprensa à época dos acontecimentos. O assassinato chocou a sociedade pernambucana. Era um tempo em que não existia a Lei Maria da Penha (2006) e nem o homicídio de mulher – pelo fato de ser mulher –, estava inscrito no rol dos crimes hediondos, o que só ocorreu em 2015. Os termos relacionamento abusivo e feminicídio também não eram usados quando se deu o homicídio nem o julgamento, respectivamente no início e fim dos anos 90.

A despeito disso, o algoz foi a júri popular com ampla cobertura da mídia local, apesar de tratar-se de gente simples, do povo. O nível de crueldade e a singularidade dos detalhes estarrecedores do crime se encarregaram de transformá-lo em pauta. Ao ponto de, 20 anos passados, o lançamento do livro ganha repercussão na mídia. Ao entrevistar a autora, a Globo Nordeste, por exemplo, resgatou do arquivo imagens da época do julgamento do algoz.

“E a ideia do livro é exatamente essa! Não deixar que crimes desta natureza se percam na memória nem se escondam entre quatro paredes do lar indevassável. Em última instância, queremos chamar atenção para o imperativo de se rever os valores que sustentam os desarranjos das relações familiares, a cultura da posse que alimenta o machismo, a misoginia, a violência”, afirma a autora.

O livro Em Nome da Filha já foi lançado em Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Fortaleza e no Festival de Histórias Não Contadas – Fhist, em Diamantina (MG).

Sinopse

Carlos dizia a Mônica que a amava e que enlouqueceria se fosse obrigado a viver sem ela. Mas, que amor é esse que machuca, tortura, aterroriza, subjuga? E que amor é esse que se submete, se anula, se morre um pouco a cada dia?

Mônica tinha 13 anos quando Carlos cismou que ela seria dele. Obcecado, ao longo de oito anos, destruiu toda e qualquer tentativa de vida própria que ela buscasse ter. Enfrentou obstinada e ferrenha oposição da mãe da menina, que parecia intuir o destino que a filha poderia vir a ter nas mãos daquele homem. Valeu-se de todo e qualquer expediente para fazer alcançar seu desejo, inclusive prerrogativas de militar do Corpo de Bombeiros.

Conquistou-a. Mas, mais do que isso, tornou-a escrava de sua paixão desmedida. Dividida entre o amor e o medo, Mônica bem que tentou resistir, buscando outros relacionamentos, com apoio da família. Chegou a casar-se com outro homem. Em vão. O destino, ou seja lá o que for, a atraía para o seu algoz.

Gercina, a mãe, quase enlouqueceu quando perdeu a filha. Mas encontrou uma razão para ressurgir das cinzas: criar os dois netos - órfãos também de pais vivos -, e fazer Justiça. Não seria nada fácil. Esta saga a consumiria e a toda família.

Sobre a autora

Sulamita Esteliam é jornalista, escritora e blogueira independente. Autora do livro Estação Ferrugem – Altitude 898.298 graus, Editora Vozes, Petrópolis/RJ, 1998 – romance histórico da resistência operária à ditadura civil-militar de 1964-1985 na região industrial de Belo Horizonte-Contagem, 302 páginas.

Mineira de Belo Horizonte, formada em Comunicação/Jornalismo pela Fafich/UFMG, trabalhou em vários jornais e nas sucursais da revista Manchete e do jornal O Globo, em Belo Horizonte.

Mudou-se para Brasília, onde atuou como assessora de Imprensa e chefe de gabinete do então deputado federal pelo PT, Nilmário Miranda, ex-secretário Nacional de Direitos Humanos no governo Lula. Esteve, também, repórter/editora de Economia da antiga Rede Manchete, no Distrito Federal.

Vive no Nordeste desde julho de 1994: Em Fortaleza (CE), foi repórter da TV Ceará e editora de Economia do jornal O Povo. No Recife a partir de julho de 1997, fez Assessoria de Comunicação para o Sindicato dos Bancários PE por 15 anos.

Integrou a equipe da Secretaria de Comunicação da Prefeitura do Recife, na primeira gestão de João Paulo da Silva (PT). Dentre outras atividades, foi responsável pelo projeto e edição dos jornais Recife Melhor, de distribuição gratuita, com tiragem de 300 mil exemplares; e do Jornal da Gente, este voltado para os servidores municipais.

Edita o blog A Tal Mineira (atalmineira.com) sobre direitos humanos, política e cultura, no ar desde 11 de setembro de 2010.

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Serviço:

Lançamento: Em Nome da Filha

Autora: Sulamita Esteliam

Dia: 26 de novembro, terça-feira, às 19h.

Local: Tiborna Bar & Comedoria (403 Norte)

Categoria: romance

Nº de páginas: 196

Editora Viseu, Maringá – Paraná

Preço de capa: R$ 40,00

Classificação livre

Informações: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Twitter e Instagram: @sulaesteliam

FB/Sulamita Esteliamre

Valor da obra: R$ 40,00.

Disponível também no formato ebook: https://www.eviseu.com/pt/livros/691/em-nome-da-filha/

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