"A vida é de quem se atreve a viver".


Apesar da resistência de parte da militância petista, Lula e Alckmin podem construir juntos uma alternativa para vencer Bolsonaro no primeiro turno
Lula e o fator Alckmin em 2022

Romário Schettino –

Com a opção do PSDB pela pré-candidatura de João Doria à Presidência da República e o lançamento de Sérgio Moro pelo Podemos, o tabuleiro político começou a se movimentar com mais frenesi. Ciro Gomes deu uma pequena murchada, mas Geraldo Alckmin tomou fôlego para uma eventual chapa com Lula.

Tudo pode mudar, é claro, como as nuvens de Magalhães Pinto. Mas o quadro atual é mais ou menos esse. Tem também a tentativa de reeleição de Bolsonaro utilizando-se de projetos demagógicos de última hora, como o Auxílio Brasil mal ajambrado.

O fato é que estão na frente das pesquisas Lula com 40%, Bolsonaro com 20% e os outros com algo em torno de 5% cada um. A famigerada terceira via desmilinguiu-se e, dependendo das alianças, Lula pode ganhar no primeiro turno. Nessas eleições, o eleitorado paulista será definidor, assim como Minas Gerais o foi em 2002, com José Alencar na chapa de Lula. Essa possibilidade é admitida por experientes analistas políticos brasileiros.

Segundo essas mesmas fontes, é preciso que Lula se eleja junto com bancadas fortes na Câmara e no Senado não só com grandes quadros políticos, mas também com jovens mulheres e negros, indígenas, trabalhadores urbanos e rurais, LGBTQI. “Tudo tem seu tempo. Alckmin tem que escolher um partido, por exemplo”, diz um dos analistas.

A militância do PT precisa levar em conta todos esses aspectos ao avaliar a entrada, ou não, de uma figura como Alckmin na chapa. Lula sabe negociar como ninguém, já deu provas disso.

Portanto, quem estiver mais bem preparado para o debate ganha não só o eleitorado como as eleições já no primeiro turno.

Ao ser entrevistada no programa da jornalista Miriam Leitão, na Globonews, Márcia Cavallari do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) disse que “a preocupação com a fome e a miséria voltou a ser um dos cinco mais importantes temas apontados pelo eleitor. Isso é a primeira vez que acontece desde a eleição de 2002”. Os outros temas atuais são: desemprego, segurança, saúde e educação. São essas as soluções para o necessário crescimento econômico.

A pandemia, com a vacinação, deixou de ser assunto principal embora continue a ser importante, principalmente para servir de munição contra Bolsonaro que insiste em defender a morte.

No mesmo programa, o cientista político Jairo Nicolau, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), disse que “60% dos eleitores que recebem até dois salários mínimos manifestam intenção de votar no ex-presidente Lula”.

As boas lembranças do tempo do Lula são muito fortes entre os mais pobres e o discurso anticorrupção já não faz tanto sucesso, até porque a realidade mostrou que toda a narrativa bolsonarista e morista era falsa. Sérgio Moro foi para o governo que ajudou a eleger, participou dele e não tem nenhuma experiência política. Denúncia de corrupção é o que não falta contra Bolsonaro.

Lula está derrubando todos os processos contra ele e provando que Moro não só foi parcial como injusto e imoral.

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