"A vida é de quem se atreve a viver".


Bashar al-Assad - Presidente da Síria
Na Síria, cheiro de uma 3ª Guerra Mundial

O presidente da Síria, Bashar al-Assad disse, em uma entrevista para o jornal russo "Komsomólskaya Pravda" que “sente no ar o cheiro de uma Terceira Guerra Mundial, embora ainda não haja enfrentamento militar direto".

Segundo Assad, a situação atual é similar à de uma "guerra fria em evolução", já que "o Ocidente, e em especial os Estados Unidos, não detiveram a guerra fria sequer após o colapso da União Soviética". A destruição da Síria segue com contornos de crueldade jamais vista. Milhares de refugiados tentam escapar da morte todos os dias. As principais vítimas são as crianças.

E acrescentou que seu país é um dos cenários mais importantes nesta guerra que, segundo ele, tem como objetivo principal "preservar a hegemonia estadunidense no mundo, não permitir que apareçam sócios na arena política internacional, seja a Rússia ou seus aliados no Ocidente".

Por que o Ocidente quer controlar a Síria?

Al-Assad – O controle da Síria é crucial para o Ocidente, já que, durante séculos, este país tem sido uma fonte da dinâmica geopolítica do Oriente Médio. A Síria tem uma posição vantajosa no Mediterrâneo e aqui está a linha divisória entre diferentes culturas. Por isso, o controle da Síria é importante para o controle de toda a região.

A Síria é um país independente e o Ocidente nunca aceitará a independência de nenhum país, seja a pequena Síria ou a grande Rússia. Para o Ocidente, que busca constante consentimento, é problemático o fato de que a Rússia, da mesma forma que a Síria, proteja seu direito de dizer “sim” ou “não”.

E o terrorismo é usado como instrumento?

Al-Assad – É natural que as relações entre Moscou e Washington sejam tensas. Isso se explica porque os dois países falam de coisas diferentes. São ideologias diferentes, abordagens diferentes.

A Rússia quer lutar contra o terrorismo não apenas pela Síria e não apenas pela própria Rússia. Luta pela região inteira, para toda a Europa e para o mundo inteiro.

Os russos entendem que o terrorismo cresceu de forma constante, enquanto que os estadunidenses, desde a guerra no Afeganistão nos anos 1980 até a atualidade, acreditam que o terrorismo é um instrumento ao qual sempre se pode recorrer.

Por que a Síria pediu ajuda à Rússia?

Al-Assad – Há especialistas militares russos que vivem aqui há décadas. Em 2014 se deram conta de que o equilíbrio mudou a favor dos terroristas apoiados pelo Ocidente e outros países, como Arábia Saudita, Catar e Turquia.

Portanto, os russos estavam preparados para uma intervenção direta. E os convidamos. Confiamos na Rússia e na sua política. A ajuda da Rússia na luta contra o terrorismo "mudou de maneira fundamental o equilíbrio de poder a nosso favor".

A política dos russos está baseada na moral, não apenas e tão somente nos interesses. Sabemos que nos apoiam para destruir o terrorismo.

Qual a receita para resolver a crise síria?

Al-Assad – Para resolver o conflito no país é importante determinar quem apoia os terroristas. Não importa quem está intervindo nos assuntos da Síria agora, o mais importante é quem apoia os terroristas a cada dia e a cada hora. Nisso está o papel da Rússia, que é um fiel aliado da Síria e cuja operação antiterrorista no país tem uma base legal. Entretanto, há outros países que intervêm com o objetivo de apoiar os terroristas.

Fonte: Rússia Today/Portal Vermelho

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