"A vida é de quem se atreve a viver".


Rodrigo Pilha é vítima da arbitrariedade que toma conta de setores da Justiça brasileira
Rodrigo Pilha é solto e vai cumprir pena em casa

Romário Schettino -

O conhecido militante político Rodrigo Pilha, que havia iniciado greve de fome na sexta-feira, 9/7, em protesto contra a demora na sua libertação, mesmo após determinação judicial, recebeu novo alvará de soltura na noite de ontem (10/7) e já está em casa.

Pilha recebeu ampla manifestação de solidariedade e a pressão surtiu efeito. O militante político vai cumprir pena em regime aberto de seis meses.

Mas não é só isso, a Justiça manterá controle sobre a vida dele. Qualquer ato que "eles" considerarem "ilegal" Pilha poderá ser preso novamente. Terá que se apresentar perante o juiz de 10 em 10 dias, não poderá sair do DF, salvo com expressa autorização e não poderá estar na rua das 22h às 5h, dentre outras restrições.

Que crime tão grave teria cometido Rodrigo Pilha?

A prisão de Pilha se deu por causa de protestos que ele vinha fazendo contra o governo genocida de Jair Bolsonaro e por ter se manifestado contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff em 2016.

Na carta que escreveu antes de entrar em greve de fome, Pilha denunciou a violência que sofreu na cadeia para chamar a “atenção da sociedade para os maus-tratos, as péssimas condições de cumprimento de pena e toda a sorte de violações de direitos humanos que continuam a ocorrer dentro do sistema prisional do DF, sob a vista grossa de um Judiciário que muitas vezes lava as mãos, passa o pano e acaba sendo conivente com tais atrocidades.”

Pilha diz que “as celas e alas seguem hiper lotadas, com pessoas dormindo por cima das outras, e até no chão sujo em meio a baratas e escorpiões. O banheiro mais parece uma pocilga e os banhos de sol são de meia hora apenas.”

Ainda segundo Pilha, “a diretoria penitenciária de operações especiais (DPOE) é acusada de espancamentos gratuitos, mutilações e até de ser responsável pela morte de presos após a prática do procedimento chamado de “extração” ou “guindar” apenados.”

A violência do sistema prisional brasileiro ainda precisa ser discutido no Congresso Nacional com a seriedade que o assunto exige. As denúncias e o sofrimento de Rodrigo Pilha não podem ter sido em vão.

 

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