Correios, com lucro de R$ 1,5bi, estão na mira da privataria

A sanha privatista do governo Bolsonaro/Guedes inclui a rentável Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. A empresa, conforme divulgado hoje (20/5), teve lucro de R$ 1,5 bilhão, em 2020, o maior na última década. Os dados, segundo o Estadão, foram enviados pelo presidente da estatal, Floriano Peixoto Vieira Neto, ao Ministério da Economia.

Discussão sobre venda está na Câmara dos Deputados e aguarda a criação de uma comissão especial para analisar a proposta do governo.

O secretário de Comunicação da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), Emerson Marinho, afirma que o resultado mostra a “alta capacidade” da estatal de manter o serviço à população mesmo em um ano de pandemia. Em relação à privatização, ele vê o desempenho como prova de que não há “argumento sólido” para vender a companhia. “Nenhum empresário vende nada que dê lucro, pelo contrário, investe mais para dar mais lucro.”

Esta empresa de lucros bilionários, nas palavras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atua “em mais de dois mil municípios onde não existem agências bancárias, é a única instituição a atender moradores e pequenos negócios locais”.

Lula foi enfático: “Em defesa do patrimônio do povo brasileiro, e por serviços postais eficientes e acessíveis a toda a população, é preciso dizer não à privatização dos Correios.”

A proposta para dilapidar os Correios corre em regime de “urgência” na Câmara dos Deputados, o que demonstra o caráter lesa-pátria desse governo e seus aliados no Legislativo.

Mobilizações em defesa da empresa pública vêm crescendo nas redes sociais e também nas ruas, puxadas pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios (Fentect).

“Faça chuva ou faça sol, os carteiros vão, de porta em porta, onde o povo está. E agora a garantia desses profissionais está em risco”, declarou o ex-presidente Lula em sua conta no Twitter.

A proposta do governo não define qual será o modelo de privatização, mas abre caminho para a venda dos Correios ao liberar à iniciativa privada a operação de serviços que hoje são de monopólio da União.