Bolsonaro: "Minha vontade é encher de porrada a tua boca”.
Sindicato e Fenaj propõem impeachment e ABI exige compostura a Bolsonaro

Diante do mais recente ato de violência do presidente Jair Bolsonaro contra um jornalista em pleno exercício de sua profissão, o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal (SJPDF), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) divulgaram nota de repúdio.

A ABI falou que “falta compostura ao presidente”. O Sindicato e a Fenaj se solidarizaram com o repórter do jornal O Globo ameaçado e reiteraram pedido de impeachment já assinado pelas entidades representativas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia tem evitado falar no assunto, e quando fala, sai pela tangente.

O Sindicato informa que estudará medidas judiciais cabíveis contra o presidente da República por este crime. “O trabalho da imprensa é fundamental numa democracia e não deve sofrer intimidações, quanto mais ameaça de interrupção por violência física”, diz nota.

Mais uma vez o presidente Jair Bolsonaro choca o país com seu comportamento grosseiro. Ao ser perguntado pelo repórter de O Globo sobre os sucessivos depósitos feitos pelo PM aposentado Fabrício Queiroz na conta bancária de sua esposa, o presidente respondeu afirmando que tinha vontade de “encher de porrada a boca” do jornalista, em declaração gravada.

“Tal comportamento mostra não apenas uma inaceitável falta de educação. É, também, uma tentativa de intimidação da imprensa, buscando impedir questionamentos incômodos”, disse Paulo Jerônimo, presidente da ABI.

Segundo o SJPDF, o presidente Bolsonaro coleciona um histórico absolutamente intolerável de ataques verbais, xingamentos e todo tipo de desrespeito ao trabalho da imprensa, mas neste domingo (23/8) ele conseguiu subir de patamar. Ao se negar a responder uma pergunta, Bolsonaro proferiu uma ameaça gravíssima de violência física contra um jornalista, que estava em pleno exercício do seu ofício.

Durante uma visita à Catedral de Brasília, o presidente foi questionado sobre as novas revelações de que seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, teria transferido cerca de R$ 89 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, entre 2011 e 2016.

Anota do sindicato, lembra que “ameaça é crime previsto no artigo 147 do Código Penal. Vindo de um presidente da República, que recebeu a incumbência e ainda fez o juramento de zelar pelo respeito à Constituição e às leis do país, torna-se um crime ainda mais grave. Até quando as instituições do país vão seguir fazendo vista grossa para um sem número de barbaridades e violações legais cometidas por este sujeito? Além de autoritário, Bolsonaro não sabe conviver com as regras mais básicas de uma sociedade civilizada e ainda demonstra um completo desequilíbrio emocional para estar à frente do cargo mais importante do país.”