Greta Thunberg: as lideranças do mundo devem parar de blablablá!
Greta Thunberg, Nobel da Paz!

Antônio Carlos Queiroz (ACQ) –

Serão anunciados esta semana os ganhadores do Prêmio Nobel. Se o comitê do Nobel da Paz tiver um pingo de juízo, a ganhadora da próxima sexta, 8/10, será a ativista ambiental sueca Greta Thunberg.

A eleição da “pirralha” (no dizer do Bozo), líder do movimento Sextas para o Futuro, seria um forte recado e um grande estímulo para a tomada de decisões contra o aquecimento global pelos participantes da Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP26), que se reunirá entre 31 de outubro e 12 de novembro em Glasgow, na Escócia.

Ou os líderes mundiais deixam de blablablá, como diz a Greta, ou o planeta tal como o conhecemos acabará soterrado pelas cinzas do Pantanal do Mato Grosso e da Amazônia e afogado pela alta do nível dos oceanos.

Medicina – O primeiro Prêmio Nobel, outorgado a profissionais da área de fisiologia ou medicina, será anunciado nesta segunda, 4/10. Despontam como principais candidatos, segundo a revista Inside Science do Instituto Americano de Física:

1) A pesquisadora Katalin Karikó, da BioNTech e da Universidade da Pensilvânia, e o pesquisador Drew Weissman, da Universidade da Pensilvânia, pioneiros nas pesquisas que levaram ao desenvolvimento das vacinas de RNA mensageiro contra a Covid-19 pelos laboratórios da BioNTech e da Moderna. Este ano Karikó e Weissman já ganharam o prêmio Lasker-DeBakey Clinical Medical Research, o chamado “Nobel americano”;

2) A cientista Mary-Clarie King, da Universidade de Washington, que estudou a hereditariedade do câncer de mama;

3) Os cientistas Max D. Cooper, da Escola de Medicina da Universidade Emory, e Jacques Miller, do Instituto Walter e Eliza Hall, por seus estudos sobre a dupla organização do sistema imunológico, composto por dois tipos de linfócitos, as células B produtoras de anticorpos, e as células T, mediadoras das respostas imunes, descoberta que abriu caminho para quase todos os tratamentos de câncer das últimas décadas;

4) O doutor Anthony Fauci, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, por sua liderança no combate à Covid-19 no país e por seu combate ao negacionismo do presidente Donald Trump.

Física – Na terça, 5/10, é a vez do prêmio Nobel de Física. Os principais candidatos, segundo a Inside Science:

1) O trio de pesquisadores europeus Alain Aspect (Institut d'Optique), John Clauser (J. F. Clauser and Associates) e Anton Zeilinger (Universidade de Viena), que trabalham com informação quântica com base no emaranhamento das partículas. Também concorrem nessa área o matemático Peter Shor, com a demonstração de como um computador quântico pode quebrar um sistema de criptografia padrão, e Gilles Brassard e Charles Bennett, especialistas em criptografia quântica.

2) John Pendry, do Imperial College de Londres, e David Smith, da Universidade de Duke, por seus trabalhos com metamateriais, isto é, materiais cujos átomos são rearranjados para adquirir novas propriedades, como a invisibilidade, a miniaturização e a captação mais eficiente de energia solar etc.

3) A cientista Lene Hau, da Universidade de Harvard, cuja equipe conseguiu desacelerar a velocidade da luz para cerca de 64 quilômetros até paralisá-la. O processo, envolvendo gases de sódio superfrios e um par de lasers, com capacidade para transferir informações da luz para a matéria e vice-versa, também pode ser útil em tecnologias de informação quântica.

Química – Os ganhadores do prêmio Nobel de Química serão anunciados na quarta, 6/10. Eis os principais candidatos apontados pela Inside Science:

1) A dupla Shankar Balasubramanian e David Klenerman, da Universidade de Cambridge, por desenvolver o sequenciamento ultrarrápido do DNA.

2) A cientista Carolyn Bertozzi, da Universidade de Stanford, pela pesquisa com reações da química bioortogonal, através das quais são detectadas células cancerosas e tumores que se camuflam contra o sistema imunológico sob camadas de moléculas de um tipo de açúcar, o ácido siálico.

3) O cientista Barry Halliwell, da Universidade Nacional de Cingapura, que estuda os danos provocados por radicais livres (moléculas cuja última camada contém um número ímpar de elétrons, muito instáveis e reativas) e as ligações dos radicais livres e antioxidantes com doenças cerebrais, incluindo o Alzheimer e a demência.

Literatura – Na quinta-feira, 7 de outubro, saberemos o ganhador ou ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura. Continuam nas listas das bolsas de apostas figurinhas carimbadas como o albanês Ismaël Kadaré, o japonês Haruki Murakami, o queniano Ngugi wa Thiong’o, a chinesa Can Xue, a russa Ludmila Ulitskaya, o húngaro Peter Nadas, o francês Michel Houellebecq e o sul-coreano Ko Un. Há, porém, novos candidatos, como o indiano Vikram Seth e o moçambicano Mia Couto.

A grande expectativa é que dessa vez a Academia Sueca escolha alguém de fora do eixo Europa-América do Norte, provavelmente uma escritora de pegada anticolonial. Daí surgem as estrelas de Jamaica Kincaid, de Antigua e Barbuda; Maryse Condé, de Guadalupe; e Chimamanda Ngozi Adichie, da Nigéria.