Tour de versos em tour

José Carlos Peliano (*) -

Rio de Janeiro a dezembro
Belo Horizonte a cada olhar
Porto Alegre oh se me lembro
João Pessoa encontrar

Petrópolis bom destino
Ouro Preto a vila rica
Brasília traçado fino
Olinda um bem que fica

São João del Rei quero
Cabo Frio enquanto
São Paulo eu espero
Salvador portanto

Fernando de Noronha, ondas sem nó
Vitória da Conquista ali ganhar
Diamantina canta bem que só
Camboriú segue o rumo do mar

Rio de Janeiro a dezembro
Juiz de Fora para dentro
Amazônia sou dela membro
Planalto Central céu adentro

Versos em tour

Cordéis de ondas em Maragogi
seguem versos depois de Pirangi
avolumam correntes do baião
desde os rios já secos do sertão

sem antes da Amazônia e afins
dos índios escutar danças e cantos
ressoando nos bois de Parintins
da floresta o tesouro e seus encantos

à cantoria juntam-se manhãs
em cada grupo até as madrugadas
pelas rimas benditas ou pagãs
por ares e por terras estreladas

com o maracatu, xote e xaxado
levam ao Rio os grupos dançarinos
o som do solo negro abençoado
se misturam aos sambas genuínos

o caldeirão de sons esquenta o caldo
da popular cultura e poesia
os toques regionais levam ao saldo
de cada e todos versos a magia

os versos que estão no som e no ar
que negros, índios e brancos ouviram
fazem da poesia o seu andar
na caminhada que todos brandiram

e que no Brasil irão alcançar
a igualdade que não mais nos tiram!
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(*) José Carlos Peliano,
poeta, escritor, economista.