Foto: vivamaiscricacoelho
Utopia Amazônica

Ana Cristina Campos (*) -

TRANSIÇÃO- do latim transitĭo, é a ação e o efeito de passar de um estado para outro diferente. O conceito implica uma mudança numa forma de ser ou de estar. De um modo geral, entende-se como sendo um processo com uma certa extensão no tempo.

TRANSE- Estado de intensa abstração, de exaltação ou de absorção, através do qual alguém sente que transcendeu a realidade sensível, e está conectado com algo fora do nosso mundo. Mas pode significar também momento crítico.

Pensando no significado dessas palavras, transição e transe, que pra mim tem tudo a ver com o momento Brasil que estamos vivendo, momento de enxergar o rescaldo de uma guerra tsunâmica, onde tantas urgências emergem, concomitantemente ao desejo de mudar, ultrapassar, revolucionar os modos de vida em terras tropicais, gostaria de propor uma ideia   relativa a mais uma urgência, para reflexão e debate.

Que tal pensar em ter no Brasil não uma mas duas Capitais?  Brasília como sede dos Três Poderes e uma cidade Amazônica como sede da Capital Ecológica brasileira, que concentrará todos os Projetos de Pesquisa, Experiências inovadoras em todas as áreas onde o potencial amazônico  e de outros biomas  nacionais puderem  alcançar, irradiando conhecimento, tecnologia e produtos para todo o Brasil e para o  mundo.

Muitos países, por motivos diversos, possuem mais de uma capital, é o caso dos Países Baixos, República Tcheca, Montenegro, Bolívia, Chile, Honduras, África do Sul, Benin, Costa do Marfim, Malásia, Sri Lanka, para citar alguns.

Reconhecendo a Amazônia como região de vital importância para o Planeta, é justo e aconselhável que sob a tutela soberana brasileira, na parte que se encontra em nosso território, se edifique uma infraestrutura de preservação e desenvolvimento regional a altura de sua responsabilidade planetária. 

Que tal num transe imaginar esta possibilidade futura, apesar e por causa de todo o retrocesso  gigantesco que vivemos?  Acreditar na Transição para novas formas de viver, mais revolucionárias e menos conformadas às forças conservadoras que insistem em interromper nossos voos de inteligência , autonomia e invenção? Afinal, nós somos o Novo Mundo ou não somos? Já imaginaram o lançamento da Pedra Fundamental da nova capital na COP30 na Amazônia?
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(*) Ana Cristina Campos, produtora cultural pós-graduada em História.