Romário: "Janot denuncia esquema da Friboi e vai tomar chope com o advogado de Joesley".
Geddel Vieira e o mala do Janot

Romário Schettino -

Geddel Vieira Lima, Joesley Batista e Antonio Palocci, três malas da República em crise, literal e metaforicamente. Nunca se viu tanta malandragem, trapalhada e mentira aos quatro ventos. A grande imprensa continua colaborando para embaralhar os fatos e passar imagens falsas sobre os conteúdos, fotos, depoimentos e declarações.

O mala do Joesley voltou a público com os últimos suspiros do mandato de Rodrigo Janot na Procuradoria Geral da República. Depois de alarmar os brasileiros com os “graves conteúdos de um autogrampo” dos delatores da Friboi envolvendo a própria PGR e o Supremo Tribunal Federal, Janot apresentou “denúncia” contra Lula e Dilma para dar a impressão de que é isento, depois foi tomar um chope com o advogado de Joesley. Tudo farinha do mesmo saco?

O jornal O Globo tentou vincular essa denúncia requentada contra Dilma e Lula à imagem da mala cheia de dinheiro de Geddel. A indignação tomou conta na internet. Semana cheia de surpresas e picaretagens.

Joesley foi parar na cadeia por ter gravado as próprias conversas falando um monte de babaquice e "blasfêmias". Janot corre para dizer que as denuncias contra Temer continuam valendo, mas Temer achou tudo muito engraçado e disse que essa trapalhada toda prova que ele tinha razão ao questionar o procurador Marcelo Miller, que saiu da PGR para advogar para Joesley, o homem do gravador no porão do Jaburu.

O STF está indignado com tanta baixaria envolvendo seus santos nomes em vão. Os ministros dão declarações em rede nacional pelo rádio, jornal e televisão. Dizem o que querem, se engalfinham, mas dão a impressão de que nada os atingirá.

O ex-ministro Antonio Palocci, o italiano, depõe em Curitiba para cumprir um papel ultrajante. Aceitou a proposta de só falar se fosse contra Lula, Dilma, PT. De quebra, sobrou para parte do PMDB e para o PP, só o baixo clero. A imprensa, de novo, só deu destaque para um suposto "pacto de sangue" entre Lula, PT e Odebrecht.

O PSDB, os bancos e a imprensa ficaram de fora das declarações do ex-ministro porque Palocci, como bom mafioso, cumpriu o prometido: omertá (silêncio) para esses casos. São "detalhes" que não interessam ao juiz Moro nem ao Ministério Público.

Geddel foi parar na Papuda e os R$ 51 milhões foram para uma conta judiciária. Choveu de propostas sobre o que fazer com essa dinheirama: construir escolas, hospitais, casas populares e até ajudar a Universidade de Brasília, que está precisando de R$ 120 milhões para sair do buraco.

E assim caminha o Brasil para um destino desconhecido e incerto.